Cantaril na Ericeira 

Ericeira at sunset. Photo by Filipe Gill

Em Portugal peixe grelhado é Sardinhas. Carapaus. Nos restaurantes come-se muito Robalo, às vezes escalado (aberto e grelhado espalmado), Dourada… Sargo nalguns lugares junto à costa, apanhados à cana. E que bons que são. É comum também haver lulas grelhadas, peixe espada. O inevitável e estrangeiro salmão.  

Mas a variedade de peixes não se fica por aqui e vale a pena sair de rede e experimentar outras espécies.  

O Cantaril (Helicolenus dactylopterus) pode ser uma boa opção. É um peixe de cor avermelhada, com espinhos na cabeça e no corpo, predador de espera que habita no Atlântico e no Mediterrâneo. Nos Açores é conhecido como Boca-Negra. Tem uma ser carne branca, húmida, rija mas de textura suave. 

Vai uma sugestão já testada de dia bem passado? 

Partir em direção à Ericeira. Procurar a placa da Praia de São Lourenço (a norte). Dar um mergulho e sentir o cheiro do mar, muito forte e característico por causa das algas. 

Aproveitar a praia, normalmente calma e ler um livro. Esperar pelo pôr do sol.

Já na Ericeira, procurar o restaurante Caniço, por exemplo. Um lugar que respeita a trilogia qualidade dos produtos/simplicidade na confeção/honestidade no serviço e preço. 

O peixe veio escalado, grelhado no ponto certo, com batatas a murro, cenoura cozida, brócolos, salada e uma rodela de limão. Dourado na superfície e de um branco imaculado no interior. Suculento e suave no sabor! 

Se não houver Cantaril, aceitem as sugestões do Mourão, colaborador da casa que está na sala interior.

Nota de curiosidade: A palavra Cantaril é usada na Serra da Estrela, como regionalismo, para referir os cumes da serra e o vento lá em cima.

Música: A paz não te caí bem, Clã 

Previous
Previous

Charcoal-grilled sardines

Next
Next

Figos abençoados