Felizmente há Sttau

Foto de Luís Neves

Luís de Sttau Monteiro é mais do que um escritor resgatado das prateleiras do esquecimento pelo Plano Nacional de Leitura. 

Ana Marques Pereira, médica e investigadora em história da alimentação, descobriu-o na adolescência, na Covilhã, quando comprava livros proibidos, por baixo do balcão, na Livraria Nacional, com o suplemento da mesada concedido pelo pai para o efeito. Mais tarde, já a estudar em Lisboa, reencontra-o no suplemento “A Mosca”, do Diário de Lisboa. “Aprendi muito com ele”, confessa. 

Talvez por isso, decidiu editar Luís de Sttau Monteiro, Gastrónomo, e dar-nos de presente o resultado de anos de investigação sobre o autor e da sua paixão pela Gastronomia.  

Ao longo de décadas, Ana colecionou recortes de artigos publicados por Sttau e dos seus inúmeros pseudónimos, uma parte dos quais incluídos no volume. Num dedicado trabalho de pesquisa, traçou um perfil de gastrónomo do autor, identificou 14 pseudónimos e acrescentou a transcrição das notas dos cadernos de Sttau Monteiro que encontrou num alfarrabista. Incluiu ainda os apontamentos para o projecto inacabado de escrever uma História da Alimentação na Península Ibérica.   

Ana Marques Pereira traz-nos uma nova luz sobre um autor que muitos identificam apenas como autor e encenador da peça de teatro Felizmente há Luar. Gastrónomo apurado, Sttau divulgou a Cultura gastronómica na imprensa e na televisão e nisso foi um pioneiro.

Além de experimentar as receitas do molho de coentrada (guardado no frigorífico para qualquer ocasião) ou dos pickles, por exemplo, vale a pena lê-lo, estudá-lo e divulgar a sua obra.

Sugestões:

Leitura do livro Luís de Sttau Monteiro, Gastrónomo, de Ana Marques Pereira 

Um dia com Luís de Sttau Monteiro

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