Vinhão. Pois então.

Vinho verde tinto servido em malga no Zé dos Cornos, em Lisboa

Este não é um vinho fácil.

Este é um vinho para acompanhar pratos desafiantes como Arroz de Cabidela, Papas de Sarrabulho ou a magnífica e enigmática Lampreia à Minhota.

Eu diria mais: este é um vinho Gastronauta. Difícil, mas quando lá chegamos, sabemos que valeu a pena.

Do que falamos? Vinho Verde Tinto. Um vinho popular no Minho e com pouca saída para lá das verdejantes terras entre o rio Douro e o rio Minho.

A primeira vez que bebi este vinho tive o previlégio de o provar com gente minhota acompanhando a intensa gastronomia e o vernáculo tão característico desta região ali para os lados de Esposende.

Fiquei imediatamente rendido ao fim de três malgas.

Uma boa definição de Cultura Gastronómica: uma bebida única a acompanhar comida única. Num contexto geográfico muito específico que faz do Minho uma região muito especial.

Vinho Verde Tinto servido em malga? Só para quem conhece e aprecia. O desafio que vos deixo é: provem e, se não gostarem, provem uma segunda vez. À terceira ficarão certamente rendidos a mais uma preciosidade da nossa cultura.

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Detalhes: este vinho é produzido na Região Demarcada do Vinho Verde usando as castas Vinhão (a mais usada), Espadeiro, Azal Tinto e Rabo de Anho, entre outras. É um vinho de baixo teor alcoólico (9 a 10º), sabor fresco e áspero com algum gás natural.

Para mais info: Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde

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